Adenoma Hipofisário: Entenda o Que É e Como Pode Afetar Sua Saúde

A hipófise, também conhecida como “glândula mestra”, é uma pequena glândula localizada na base do cérebro. Ela desempenha um papel crucial na regulação de várias funções corporais através da produção de hormônios. Nódulos na hipófise, conhecidos como adenomas hipofisários, são descobertos com mais frequência do que se imagina e podem variar bastante em suas implicações para a saúde. 

Vamos entender o que são esses adenomas, como eles afetam o corpo e quais são as opções de tratamento.

Incidentaloma Hipofisário: O Que É?

Um incidentaloma hipofisário é um nódulo hipofisário que é encontrado acidentalmente durante exames de imagem realizados por outros motivos, como tomografias ou ressonâncias magnéticas para avaliação de enxaqueca, pós trauma encefálico. 

Esses nódulos hipofisários são relativamente comuns e, em muitos casos, são descobertos em pessoas que não apresentam sintomas evidentes.

Hormônios Produzidos pela Hipófise

A hipófise é responsável pela produção e liberação de vários hormônios que regulam funções importantes no corpo. Entre eles estão:

  • Hormônio do Crescimento (GH): Regula o crescimento e a regeneração celular.
  • Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH): Estimula a produção de cortisol pelas glândulas adrenais.
  • Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH): Controlam a produção de hormônios sexuais pelas gônadas (ovários e testículos).
  • Prolactina (PRL): Estimula a produção de leite nas glândulas mamárias.
  • Hormônio Tireoestimulante (TSH): Regula a produção de hormônio pela tireoide
Regulações que o adenoma hipofisário pode alterar

Alterações Hormonais em Nódulos Hipofisários

Os adenomas hipofisários podem ser classificados em dois tipos principais, com base na produção hormonal:

  1. Adenomas Funcionantes: Esses nódulos hipofisários produzem hormônios em excesso, levando a condições específicas como:
    • Acromegalia: Excesso de hormônio do crescimento, resultando em crescimento anormal das mãos, pés e características faciais além de muitas vezes diabetes, hipertensão, tumores de intestino.
    • Síndrome de Cushing: Excesso de ACTH, levando a níveis elevados de cortisol, o que pode causar ganho de peso, hipertensão, estrias violáceas em abdome, fraqueza de musculatura proximal, diabetes, hipertensão…
    • Hiperprolactinemia: Excesso de prolactina, que pode causar problemas como infertilidade, irregularidades menstruais e secreção de leite em mulheres que não estão amamentando e problemas de ereção e libido em homens.
  2. Adenomas Não Funcionantes: Esses nódulos hipofisários não produzem hormônios em excesso, mas podem causar problemas simplesmente pelo seu tamanho e localização, pressionando estruturas ao redor, como o quiasma óptico, e levando a sintomas como dores de cabeça e alterações visuais.

Tratamento

O tratamento para adenomas hipofisários depende do tipo de adenoma, dos sintomas que causa e de seu tamanho. As opções incluem:

  • Observação clínica: Para adenomas pequenos e não funcionantes que não causam sintomas, pode ser recomendado um acompanhamento regular com exames de imagem e avaliações hormonais.
  • Medicamentos: Para adenomas funcionantes, especialmente produtores de prolactina, medicamentos podem ser utilizados para controlar a produção excessiva desse hormônio.
  • Cirurgia: Quando o adenoma é grande, está causando sintomas significativos ou é produtor de GH ou ACTH, a remoção cirúrgica pode ser necessária. A cirurgia é geralmente realizada por via transesfenoidal, através do nariz e dos seios da face.
  • Radioterapia: Em casos onde a cirurgia não curou o problema, a radioterapia pode ser usada para ajudar a controlar o crescimento do nódulo remanescente.
Cirurgia Transesfenoidal para Adenoma de Hipófise

Conclusão

Os adenomas hipofisários são nódulos na glândula hipófise que podem ter um impacto significativo na saúde, dependendo da sua produção hormonal e tamanho. 

Embora muitos sejam encontrados acidentalmente e não causem sintomas, é importante realizar uma avaliação adequada para determinar a necessidade de tratamento. 

Se você foi diagnosticado com um adenoma hipofisário ou tem preocupações relacionadas, consulte a endocrinologista especialista em neuroendócrino para uma avaliação e orientação especializada.

Prolactina alta, o que é?

Sua prolactina está alta, o que é?

A prolactina é um hormônio produzido na hipófise, uma glândula que fica no sistema nervoso central e participa da produção e regulação de diversos hormônios como da tireoide, cortisol, hormônio do crescimento, hormônios sexuais e prolactina.

Hipófise: glândula que produz a prolactina

O que leva ao aumento da prolactina

Uma das principais causas de alteração são tumores benignos na hipófise, chamados de prolactinomas, que ocorrem principalmente em mulheres antes da menopausa.

Alguns medicamentos ( como antidepressivos e antipsicóticos e até remédios para enjôo) podem levar também ao aumento da prolactina e nesses casos a simples troca do remédio normaliza o quadro. Entretanto, em alguns casos, a alteração da prolactina pode ser as custas inclusive de uma ” falsa prolactina” chamada de macroprolactina que é detectada no sangue entretanto não causa sintomas e dessa forma não precisa ser tratada.

Quais são os sintomas da prolactina elevada

O aumento da prolactina causa sintomas como irregularidade da menstruação, saída de leite pela mama, diminuição da libido, disfunção erétil e infertilidade. Os primeiros sintomas nas mulheres costuma ser a irregularidade da menstruação, enquanto que nos pacientes do sexo masculino prevalece sintomas de redução da libido.

Como é feito o diagnóstico

A prolactina deve ser dosada somente nos casos de suspeita clínica com os sintomas descritos acima. Não há necessidade de dosar prolactina de rotina.

O diagnóstico é feito quando há uma prolactina alta no sangue e tenha sido descartado uso de remédios que levem ao aumento da prolactina ou outros fatores precipitantes. Após confirmado o aumento da prolactina, importante realizar uma ressonância da hipófise para avaliar a glândula que produz esse hormônio.

E o tratamento?

O tratamento da maioria dos casos é com medicamento, cabergolina ou bromocriptina, por tempo prolongado de no mínimo dois anos visando a normalização da prolactina.

Em caso de sintomas acima ou alterações da prolactina, consulte o endocrinologista!

Sou dra Bruna Ferolla, endocrinologista pela USP e estou aqui para te ajudar a cuidar da sua saúde e melhorar sua qualidade de vida! Conte comigo!